terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A mídia escrachada

Ética é um conjunto de valores que nos ensina ou nos força a ter limites. Então qual é o conceito de ética para a mídia golpista brasileira, que insiste em não ter limites quando a finalidade é expor à execração pública os governos populares de Lula e Dilma? Mesmo que ela publique mentiras e crie factóides todos os dias em busca de derrubar um governo legitimamente eleito pelo povo, onde está sua ética? Democracia não é apenas permitir eleições. É principalmente permitir que o povo conquiste sua liberdade. Aqui em nosso país os jornalistas têm absoluta e total liberdade. Liberdade para mentir, inventar, urdir golpes. É livre a imprensa, para inclusive tentar derrubar a democracia, que é o que exatamente parece querer. A experiência dramática de 21 anos de ditadura militar mostrou mais do que nunca como a liberdade de imprensa não pode ser atacada sem grave risco para a estabilidade das instituições democráticas. Essa importante conquista da mídia deve ter apenas como limite a responsabilidade profissional do jornalista, definida em lei e democraticamente votada pelo congresso. Mas os jornalistas brasileiros estão imunes apesar de suas atitudes delituosas, pois não há leis que os regulem. E quando as há encontram no congresso nacional parlamentares de moral diminuta os quais aderem ao espírito corporativo e criminoso de nossa mídia, ensejando benesses escusas no futuro. É motivo de grande inquietação para nós que prezamos os valores tradicionais da democracia, conseguida depois de grandes batalhas e de vidas ceifadas de bravos heróis, presenciar diariamente atitudes rasteiras da imprensa nacional, torcendo pelo o quanto pior melhor. Nossa mídia insiste em estreitos hábitos coloniais que perduram entre os burgueses até hoje. O que vale a pena é somente o que vem de fora. Colocam máscaras para se igualarem, acobertando a hipocrisia, protegendo pessoas cujo único interesse é amealhar riquezas. Nunca antes no Brasil cuidou-se tão a serio os problemas fundamentais do povo. Havia, é verdade, muitas iniciativas particulares e oficiais, porém desordenadas, deficientes, sem qualquer planificação e muito menos resultados palpáveis. O nosso atraso em tudo que se relacionava com a proteção das crianças, por exemplo, colocava-nos a esse respeito no nível dos povos menos cultos da humanidade. Existia no Brasil um problema de família que governos anteriores não quiseram enfrentar por covardia moral. Até que os governos populares de Lula e Dilma se incumbiram de tomar as rédeas e facilitar a todos a busca da cidadania, do orgulho próprio, da liberdade. Governos que procuram defender os menos favorecidos, vítimas até então de constantes abusos e violência dos todo poderosos homens do dinheiro fácil. Governos que criaram uma política de estado de preservação da dignidade dos rejeitados pela classe mais favorecida. Isto, sem tirar um centavo dos ricos, pelo contrário, permitindo que enriqueçam cada dia mais. O problema da burguesia e da mídia dos patrões é que vivem de frente para as belas paisagens e de costas para as favelas e aglomerados onde se amontoam pessoas mais necessitadas. Necessitadas não só de bens materiais, mas igualmente de atenção, carinho e consideração do estado. Querem continuar reinando sem o perigo iminente de aproximação dos famélicos. Mesmo que não estejam dividindo valores materiais, incomoda-lhes dividir espaço em supermercados, viagens aéreas, carros nas vias públicas. Afinal, estão tendo que conviver com as criaturas que mais lhes causa repugnância: os pobres. Honestidade é um artigo muito caro, por isto não a espere de pessoas baratas que estão à frente da mídia brasileira. Essa mídia escrachada, no sentido lato do termo: injuriosa, pervertida, depravada, destrutiva e mendaz. Jeferson Malaguti Soares Ribeirão das Neves - MG