quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comentários Políticos: JUDEUS X PALESTINOS

Há dez anos era realizada em Durban, na África do Sul, a Conferência Mundial sobre o Racismo. Na ocasião foi possível conhecer as posições de lideranças envolvidas no conflito que o sionismo gestou, no momento em que as populações palestinas sofriam com a ocupação violenta e usurpadora de todos os seus direitos básicos. Um debate internacional, do qual fugiram a potência imperialista hegemônica, os EUA, e os representantes do sionismo institucionalizado, o Estado de Israel, os quais se retiraram abruptamente de um dos eventos mais importantes do inicio deste século. Ficou claro que o sionismo é, sim, uma forma de racismo. Caso os judeus tivessem intenção em superar esse estigma, deveriam ter colocado em prática a retirada dos territórios ocupados, e o reconhecido o Estado Palestino Soberano e Independente. No entanto, o que têm feito até hoje, diuturnamente, é exatamente o contrário, invadindo mais e mais territórios árabes, matando indiscriminadamente civis, crianças e velhos. Nada mais ilustrativo desse genocídio do que as palavras do então Ministro da Defesa de Israel, General Moshe Dayan, no inicio da ocupação de 80% dos territórios palestinos em 1967: "Vocês (palestinos) devem continuar vivendo como cães e, qualquer um que queira, pode sair, e nós veremos aonde este processo vai levar...". Também ilustra com clareza, as palavras do jornalista argentino Jacobo Timmerman, um judeu sionista, depois de viver em Telavive, afirmando, em um livro que Israel se tornou uma sociedade autoritária. E pergunta: "O que transformou os judeus em criminosos tão eficientes?". O veredito das urnas nos últimos 50 anos em Israel mostrou um crescimento surpreendente do eleitorado de extrema direita, cujas propostas políticas no final das contas não diferem muito daquilo que os judeus tanto censuraram em Adolf Hitler. Fica cada dia mais evidenciado o grau de degeneração a que chegou o sionismo, colocando sob grave questionamento a tese do “Estado Judeu” e a sua materialização - até o momento, insana: O Estado de Israel. Entre os eleitos estão desde Ariel Sharon, reconhecidamente um criminosos de guerra até mesmo pelos tribunais israelenses, Ehud Barak até Benjamin Nataniahu primeiro-ministro de Israel pela segunda vez ( a primeira foi entre 1996 e 1998), chefe do partido conservador Likud, um dos políticos sionistas que mais contribuíram para a ascensão do nazismo ao poder naquele país. O apartheid em Israel, contra os palestinos, foi gerado pelo sistema utilizado para impor e organizar a repressão, através de uma administração policial-militar das regiões ocupadas. Este sistema dá autoridade ilimitada ao comandante militar da região. A ele, e somente a ele, cabe distribuir salvos condutos para que os palestinos possam se locomover, inclusive para irem a médicos e hospitais, de acordo, unicamente, com seus critérios e pareceres pessoais. Conforme esse tipo de administração, os sionistas determinam a demolição de casas, o comparecimento sistemático de palestinos às estações policiais, a proibição de novas construções para determinadas pessoas – ou em determinadas aldeias e cidades, até regulando o uso da terra. Tudo com a bênção da mídia nacional e internacional, que enxerga apenas nos palestinos a culpa pela miserabilidade que por lá ocorre. Todos os problemas nacionais e coloniais dessa guerra insana se prendem a um só fato: o povo palestino - ainda que faça parte da Nação Árabe – não tem outra pátria que não aquela onde os sionistas tomaram o controle; e o povo israelense, se bem que composto de diversas comunidades, não tem outra pátria do que aquela que tomou aos palestinos. Equacionar a solução desse conflito é o caminho para a paz no oriente médio. Será que Israel, que se tornou um estado belicoso desde sua criação, está disposto a isto? Eis a questão tão aflitiva para o resto da humanidade, que vê nas ameaças sionistas, o proscênio de uma nova e definitiva guerra mundial, principalmente agora que Netaniahu ameaça invadir pela enésima vez a faixa de Gaza, depois de atacá-la com armamento poderoso pelos ares, mesmo infringindo determinação da ONU contrária à ação. Aliás, o que é uma tônica tanto nos EUA quanto em Israel, que somente obedecem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU quando é de seu exclusivo interesse. Jeferson Malaguti Soares Ribeirão das Neves-MG

Comentários Políticos: As condenações de Dirceu e Genoíno

Fundamentos jurídicos primários, aqueles que exigem provas materiais ou imateriais que justifiquem culpabilidade, foram esquecidos, descartados, relegados ao covil dos princípios aéticos e espúrios. Depois de eliminados todos os fatores e fatos que possibilitavam inocência, frente ao que estava sendo julgado, restaram, por conseqüência, apenas aqueles condenatórios. Com arrogância os ministros (não seria mais adequado juizes?) distorceram e inventaram prescrições constitucionais, no mínimo atropelaram a razão, os preceitos, a liturgia do posto que ocupam. Pedantearam, deslustraram-se, enlouquecidos pela ilusória vaidade midiática. Passaram ao largo das evidências e se embrenharam pela trilha obscura do desdouro e da conspurcação. Conspícuo, apenas o paradigmático Ricardo Lewandowski. Esse colegiado escancarou precedentes jurisprudenciais, os quais almejo sejam aplicados quando do julgamento do “mensalão” do PSDB, isso, se não permitirem que o crime prescreva. Dirceu e Genoíno foram condenados sem domínio e muito menos fatos que lhes imputassem culpa. Apenas porque um foi ministro de Lula e o outro presidente do partido de Lula. O alvo, sem dúvida, era e é Lula. A decisão do STF foi política e não técnica. Decisão alicerçada na presunção via interpretação equivocada da teoria do jurista alemão Claus Roxin. Segundo o autor da teoria, não só quem executa é responsável pelo delito, mas também quem tem o poder de decidir sobre sua realização. Daí tiraram da cartola juízo baseado nas aparências. No entanto, para desconforto dos ministros do STF, Roxin veio a público e registrou que, no caso do dito “mensalão”, sua teoria não se aplica, não permite ausência de provas. Do alto de seus mais de 80 anos, Roxin decretou: “quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado”. Curiosamente o STF atuou na mão contrária da que caminhou em passado recente, quando concedeu liberdade a criminosos como Daniel Dantas, Roger Abidelmassih, Regivaldo Galvão – esse, para os de memória curta foi o mandante do crime de morte de Dorothy Stang, missionária americana no Pará -, para citar apenas três, dentre os inúmeros casos existentes na folha corrida do órgão. E não exigiram a entrega dos passaportes de nenhum deles. O que deve impactar o ex-presidente Lula, mortificando-o, é o fato de que foi ele quem indicou nove dos atuais ministros do STF, bem como o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel. Não que eles lhe devessem favor, mas que pelo menos ilustrassem o posto que ocupam por méritos adquiridos, validando, legitimando as indicações. Fica, pois uma constatação inquietante: nem por ocasião do golpe militar de 64 o Supremo foi tão erradio. Jeferson Malaguti Soares, Ribeirão das Neves-MG